Há que libertar-se do peso da matéria
essa mortalha encharcada de medos
que trespassa a carne forjando pensamentos ilusórios.
E desviar-se do momento onde só os pesadelos
argumentam conferindo dúvidas,
traduzindo a insanidade desse arremedo
que caminha ora pela sombra ora pela luz.
Há que ouvir, quando o arauto aproximar-se
à direita e entregar as Sete Chaves
que revelam os Mistérios do Mundo
e deixar o coração (em silêncio) assistir ao por do sol.
E quando o Tempo empertigado, levantar sobre os ombros
a grandeza do Universo
todo aprendiz cairá prostrado e, num beijo, tocará
o pó da Terra
selando os lábios carnais e abrindo o canal
que o manterá ligado à Luz da Eternidade.
imagem: Montanhas
Giz sobre papel
Luciah Lopez
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