Há olhos d’água
Onde o tempo alinhavou meu coração
Nas brancas penas de uma ave
Nos vôos da minha imaginação.
Há o silêncio dos gritos
Das horas coaguladas e anônimas
Que suportam o peso da tua ausência
Quando um vento seco e sem controle
Afasta de mim a tua imagem.
Há mãos ancoradas em minhas areias
Preenchendo lacunas de vozes e abraços
Há o fogo aceso e flores nos canteiros
E os desenhos de carvão nas paredes caiadas.
Há o avesso de mim misturado a essa argamassa
Que constrói um sonho na dobra de uma esquina
Há um homem que sabe da mulher que há em mim
Há um homem que faz a mulher que há em mim...
imagem: Nós Dois
Grafite
Luciah Lopez
imagem: Nós Dois
Grafite
Luciah Lopez