A minha fome
chega até o céu da tua boca
e recolhe a tua saliva
em ondas como aljôfar.
A minha chuva
em tua pele nua
refrigera o teu nome
na luz azulescente de um cometa.
Das minhas mãos
escorrem tintas
redesenhando a tua geografia
em jardins imaginários
em jardins imaginários
ardendo entre os teus pelos
violentando a tua nudez.
A minha boca te possui
num incêndio de fúria louca
no mó da pedra que te esfola.
E o meu corpo
taciturna serpente
te enlaça e te devora
no leque imenso
do teu sorriso
meu riso escorrega no teu hálito
de amora.
imagem: Jardim Imaginário
Aquarela sobre papel Canson
Luciah Lopez
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