todos os caminhos me levam ao infinito - porque todos os caminhos passam por você______ e eu bailo leve feito pluma
sobre o seu corpo de água doce e a razão do meu existir mulher - está em nossas pernas entrelaçadas e no movimento circular dos nossos corpos enquanto você - fincado em mim cria suas raízes atingindo o mais profundo do meu existir.
e não há noite ou dia nesta emoção que não me atrevo a descrever porquê descobri que sou eu a pele que você vestiu
ávido de prazer e eu te cuidei - relíquia minha - de todas as cobiças de todos os corvos com suas digitais imprecisas e não enterro o meu verso nem a santidade de cada gozo assim como não bebo veneno em pequenos potes.
assim fica o poema da carne - os seus gametas navegando a imensidão aquosa da minha carne em gritos abafados
no desnorteio da sua boca em mim - de norte a sul dentro da noite que não tem hora para acabar.
e a carne come a carne e poemas não se guardam por que sou anjo sou demônio gerúndio - não desalento sou movimento num verso sacro profano medonho sou a palma da sua mão – teorema
absoluta certeza do verbo amar.
imagem: SIGNOS
Nanquim sobre papel Canson
Luciah Lopez
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